Biologia Celular e Molecular - IOC

Programa de pós-graduação stricto sensu em biologia celular e molecular

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02/07/2015

Motilidade Linfocitária: teoria e prática


Lucas Rocha

Conhecer o comportamento dos linfócitos, célula de defesa do organismo, é fundamental para estudos sobre o funcionamento do sistema imune. Diante dessa importância, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) realizou entre os dias 22 e 26 de junho o ‘International Course on Lymphocyte Motility’. Promovido pelo Programa de Pós-graduação Stricto sensu em Biologia Celular e Molecular e pelo Laboratório de Pesquisas sobre o Timo do IOC, o evento reuniu cerca de 70 participantes, entre pesquisadores e estudantes de pós-graduação.

Uma jornada de seminários, ministrada por renomados pesquisadores da área, marcou o primeiro dia do encontro. “Discutimos a importância dos eventos de motilidade para a atividade protetora do sistema imune, principalmente contra infecções e processos cancerígenos”, explicou Vinicius Cotta de Almeida, do Laboratório de Pesquisas sobre o Timo do IOC, e um dos organizadores do evento. “Apresentamos, ainda, as interações dinâmicas dos linfócitos, tanto in vitro como in vivo. Conhecer este percurso, bem como as ações dos linfócitos na busca e resposta ao antígeno é fundamental para a formulação e melhorias de estratégias de combate a diferentes tipos de infecção e de câncer”, complementou o pesquisador.

A palestra de abertura ‘As estratégias e decisões de motilidade em populações linfocitárias’, ministrada por Loïc Dupré, do Centro Hospitalar Universitário Toulouse-Purpan, da Universidade de Toulouse, da França, destacou os diferentes comportamentos dinâmicos de migração in vitro destas células diante da presença de um antígeno no organismo. ‘A estrutura e o funcionamento das sinapses imunológicas dos linfócitos T’, ‘O intercâmbio de informações dinâmicas durante a migração de linfócitos através da barreira endotelial’ e ‘O tráfego multivetorial em desenvolvimento de células T maduras’ foram outros temas de destaque.

Linfócitos em movimento

Estudantes de pós-graduação do IOC e de outras instituições – como a Universidade de São Paulo, a Universidade Federal de Alagoas e a Fiocruz Bahia – participaram dos cursos práticos, ministrados entre os dias 23 e 26. Aliadas a aulas teóricas, 11 alunos desenvolveram atividades nos laboratórios do Instituto. Dentre as atividades, foram realizados dois experimentos de polarização celular, como a análise de atividade protusiva, a qual permite observar a extensão das membranas destas células durante a sua movimentação, e a formação da sinapse imunológica, evento em que os linfócitos interagem com as células-alvo. “O curso contou, ainda, com o experimento chamado quimiotaxia: com o uso de gradientes químicos, moléculas solúveis que permitem a motilidade, foi reproduzida a atração de linfócitos para determinado local de resposta imune”, explicou Vinicius.

Os experimentos foram acompanhados de análise computacional de imageamento. A técnica permitiu que os alunos realizassem a interpretação dos dados de estratégias de motilidade celular obtidos com o uso de vídeo-microscopia. “Organizamos um curso de alta complexidade em que todos os experimentos deram certo. Com um saldo muito positivo, os alunos conseguiram visualizar exatamente o que pretendíamos mostrar: os eventos de motilidade na prática”, comemorou Vinicius.

Desenvolvidas no Laboratório de Pesquisas sobre o Timo e na Plataforma de Microscopia Confocal do IOC, as atividades práticas foram coordenadas por Loïc Dupré e ministradas por Vinicius Cotta de Almeida, Ingo Riederer, Marcelo Pelajo Machado, pesquisadores do IOC, Pedro Paulo Manso, tecnologista do Instituto; Zilton Vasconcelos, pesquisador do Instituto Fernandes Figueira; e Javier Rey-Barroso, da Universidade de Toulouse. O evento contou com o apoio de empresas especializadas na área, como ibidi, Essen/Analítica e PerkinElmer. “O conhecimento adquirido ao longo do curso diz muito sobre a biologia dos linfócitos. Mostramos, não somente a importância da movimentação destas células para os processos de proteção do organismo, mas também destacamos situações em que os próprios linfócitos estão desregulados e passam a provocar doenças autoimunes, por exemplo”, concluiu Vinicius.

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