17/11/2015
Max Gomes
O Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) recebeu menção honrosa no Prêmio de Incentivo em Ciência e Tecnologia para o SUS, na categoria Doutorado. Desenvolvida no Programa de Pós-graduação Stricto sensu em Biologia Celular e Molecular do IOC, a tese de Márcia Quinhones Pires pode ajudar a aperfeiçoar o tratamento de pacientes de hanseníase. O projeto ‘Avaliação dos fenótipos de acetilação e hidroxilação predominantes nas populações de cinco macrorregiões do Brasil baseada no genoma: possível influência da farmacogenética na conduta terapêutica da hanseníase’ foi orientado por Adalberto Rezende, que é pesquisador no do Laboratório de Biologia Molecular Aplicada à Microbactérias do IOC. A tese concorreu com finalistas de instituições como UFRJ, Unicamp e USP.
O projeto, na área de farmacogenética, correlaciona características genéticas dos pacientes à ocorrência de reações adversas à dapsona, principal medicamento usado no tratamento da hanseníase. “Com essa abordagem, podemos avaliar como genes que codificam enzimas metabolizadoras de drogas podem influenciar na resposta à dapsona nestes pacientes. Indiretamente, o projeto acaba sendo importante também para outras doenças, pois o mapeamento dos perfis genéticos de pacientes pode ter valor na hora de estudá-las”, explica Márcia.
Esta é a segunda vez em que o Laboratório é reconhecido com o Prêmio de Incentivo em Ciência e Tecnologia para o SUS. Em 2009, o trabalho da estudante Raquel Lima sobre “Influência da variabilidade genética humana dos genes NAT2, CYP2, GSTM1 e GSTT1 na ocorrência de reações adversas hepáticas induzidas pela isoniazida em pacientes com tuberculose ativa” recebeu o primeiro lugar na categoria tese de doutorado. Raquel também foi orientada pelo pesquisador Adalberto Rezende.
O Prêmio de Incentivo em Ciência e Tecnologia para o SUS é uma iniciativa do Ministério da Saúde para valorizar pesquisadores que colaboram com o desenvolvimento das políticas públicas de saúde no país. “Para mim, receber essa menção honrosa representa a valorização do meu trabalho. Passamos por tantas adversidades, como a dificuldade no financiamento e o desafio de conseguir amostragens de pacientes de todo o Brasil”, comemora a pesquisadora.