Biologia Celular e Molecular - IOC

Programa de pós-graduação stricto sensu em biologia celular e molecular

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20/09/2017

Avaliação da Capes atesta a qualidade dos Programas de Pós-graduação Stricto sensu do IOC


Vinicius Ferreira, com colaboração de Kadu Cayres e Lucas Rocha

Herdeiros de uma tradição centenária que alia ensino e pesquisa, seis Programas de Pós-graduação Stricto sensu do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) tiveram seu desempenho considerado excelente ou muito bom pelo órgão de referência sobre o tema no país. Este é o resultado do mais recente processo de avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), divulgada na noite desta terça-feira, 19/09, referente ao período de 2013 a 2016. Parte do seleto grupo de liderança, que reúne 4% dos programas avaliados no Brasil (são apenas 179 do universo de 4.175 avaliados), os programas em Biologia Celular e Molecular e em Biologia Parasitária, que haviam alcançado nota 7 na avaliação anterior, permanecem com a pontuação máxima – o que, nos critérios adotados pela Capes, indica desempenho equivalente a padrões internacionais de excelência. Os Programas de Pós-graduação em Ensino em Biociências e Saúde e em Medicina Tropical avançaram para nota 6, que também indica excelência no ensino. Já os Programas em Biodiversidade e Saúde e em Biologia Computacional e Sistemas subiram para o conceito 5, o que equivale ao índice muito bom. Por ter sido criado em 2016, o Programa de Pós-graduação em Vigilância e Controle de Vetores, de caráter profissional, não foi submetido ao processo de avaliação. O programa está credenciado com conceito 3 na categoria de Mestrado Profissional, numa grade entre 1 e 5. [Clique aqui para conhecer mais sobre as diversas modalidades de Ensino no IOC]. 
Vice-direção de Ensino, coordenações dos Programas, Secretaria Acadêmica e discentes: integração e transversalidade das atividades são as palavras-chave que asseguram a permanente qualidade do Ensino no IOC

O vice-diretor de Ensino, Informação e Comunicação do Instituto, Marcelo Alves Pinto, comemorou a conquista parabenizando todos os envolvidos nos esforços por trás das notas de destaque. “Esse resultado exitoso é reflexo do empenho e do compromisso de professores, estudantes, coordenadores de Programas de Pós-graduação, Secretaria Acadêmica e vice-diretores de Ensino, Informação e Comunicação que atuaram nas gestões anteriores”, celebrou. Ele reforça que o resultado pode impulsionar o fomento aos Programas por parte das agências de fomento. “Existe um esforço constante por parte da Diretoria e dos coordenadores dos Programas para que nossos cursos possam produzir mais e em melhor qualidade. Acreditamos que a avaliação positiva de todos os cursos ampliará nossa capacidade de conquistar financiamento, fator imprescindível para a produção de conhecimento científico”, enfatizou Marcelo. 

Somatório de fatores
O sucesso na avaliação é resultado de um acúmulo de aperfeiçoamentos ao longo dos últimos anos. Um desses aperfeiçoamentos foi a reestruturação dos sites dos Programas Stricto sensu, iniciado em 2012, fundamental para que os cursos se adequassem aos critérios de avaliação da Capes. Lançadas em setembro de 2013, as novas páginas garantem acesso facilitado a informações e possuem layout renovado. O projeto foi desenvolvido pelo Serviço de Jornalismo e Comunicação do IOC em parceria com a equipe do Centro de Tecnologia de Informação e Comunicação (CTIC) do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz). “A união entre os diferentes setores da Vice de Ensino foi imprescindível para que esse antigo desejo ganhasse vida”, conta a pesquisadora Helene Barbosa, à frente da pasta de maio de 2009 a maio de 2013. 

Em 2016, como parte das ações de internacionalização do Ensino, os sites dos seis cursos ganharam conteúdos em inglês e espanhol. “A integração entre as coordenações foi essencial para que esta nova etapa fosse alcançada”, complementa Elisa Cupolillo, à frente da Vice-direção de Ensino entre maio de 2013 e maio de 2017. 

Para fechar o circuito entre os dois polos da sala de aula, foi realizado um esforço para estimular quem aprende a assumir o papel de quem ensina. Como forma de iniciar os estudantes dos programas Stricto sensu em atividades de docência, os Cursos de Férias e o curso de Saúde Comunitária, oferecido pelo IOC na modalidade de extensão, passaram a contar com monitoria ou docência de mestrandos e doutorandos. O esforço ganhou robustez com a criação do Estágio de Docência como disciplina eletiva. Assim, foi possível aperfeiçoar a formação dos alunos do Instituto na prática de lecionar em sala de aula. Para isso, foram firmadas parcerias com a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), a Fundação Centro Universitário Estadual da Zona Oeste (UEZO), a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Outra iniciativa que unifica o corpo acadêmico do IOC é o Programa ‘IOC+Escolas’, proposta que tem o objetivo de ampliar as ações de divulgação científica junto a escolas públicas do ensino fundamental e médio. 

Outra novidade relevante para a avaliação foi a inclusão de discentes e docentes em atividades de divulgação científica, com interface direta com a sociedade. A partir dessa mobilização, foram desenvolvidas atividades na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), promovida anualmente pelo Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, e no Fiocruz Pra Você, tradicional evento de multivacinação associado a atividades de divulgação científica desenvolvido no campus da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Manguinhos, no Rio de Janeiro. Como parte das atividades de inserção social do Ensino, professores e alunos dos Programas de Pós-graduação do Instituto vêm marcando presença em eventos sociais de âmbito nacional e regional. Dentre os destaques, estão participação em iniciativas como o ‘Ação Global’, no Rio de Janeiro, e o ‘Bem Estar Global’, em Cuiabá, no Mato Grosso), iniciativa, realizada pela TV Globo em parceria com o Serviço Social da Indústria (SESI), e o ‘Sesi Saúde Total’, também no Rio, realizado pelo Sesi em parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN).

 
Discentes, docentes e profissionais do IOC em interface direta com a população em eventos de divulgação científica

Com a palavra, os coordenadores
Para a coordenadora do Programa de Pós-graduação em Biologia Celular e Molecular, Leila de Mendonça Lima, manter a pontuação máxima representa ir além do cumprimento dos requisitos colocados pela Capes. “A sensação é de conquista coletiva. O Instituto incentivou a ação conjunta dos programas para o desenvolvimento de atividades de solidariedade regional e de reforço da internacionalização”, disse, destacando que a excelência do Programa se faz presente também na qualidade do ensino oferecido aos discentes que, futuramente, atuarão na formação de mestres e doutores, formando novas gerações. “Somos excelentes pelos números e pela qualidade de nossas publicações científicas? Sim. Mas também exercemos um papel importante na formação de recursos humanos. Os nossos alunos de hoje serão os responsáveis pela formação de novos pesquisadores no futuro”, avaliou. Para a manutenção da qualidade dos resultados obtidos pelos Programas, a coordenadora destaca dois desafios centrais: a garantia de melhorias da infraestrutura, das salas de aula aos laboratórios onde os estudantes desenvolvem seus projetos de pesquisa, e, no caso dos cursos que já estão ou que almejam alcançar as pontuações 6 e 7, o incremento do esforço de internacionalização. Coordenador da Pós-graduação em Biologia Parasitária, Rafael Freitas destacou aspectos fundamentais para a manutenção da nota 7. “Um curso considerado de excelência pela Capes é resultado de medidas implementadas para assegurar ao discente uma formação qualificada. O estímulo ao intercâmbio e à participação em eventos internacionais e a realização de cursos e disciplinas por professores estrangeiros foram alguns passos para a internacionalização do Programa. Outro ponto importante foi aumentar a participação de estudantes em publicações”, ressaltou. 

 
Coordenadores dos Programas de Pós-graduação Stricto sensu: sintonia para corresponder às necessidades dos alunos, manter os cursos atualizados e com desempenho de qualidade

Já a coordenadora-adjunta da Pós-graduação em Medicina Tropical, Vanessa Salete de Paula, ressaltou o empenho liderado pela coordenadora Martha Mutis e o esforço conjunto para a obtenção da nota 6. “Um dos principais objetivos alcançados foi o aumento no número de defesas de doutorado, resultado do acompanhamento contínuo do andamento dos projetos, de uma maior integração dos alunos às atividades da pós-graduação como um todo e do Programa Brasil Sem Miséria”, afirmou. O coordenador da Pós-graduação em Biodiversidade e Saúde, Cléber Galvão, lembrou que a primeira avaliação do Programa foi realizada pouco mais de um ano após o início das atividades. “Na prática, esta é a primeira avaliação após o credenciamento do Programa. O aumento do conceito nos deixa bastante satisfeitos”, comemorou Galvão. “Conseguimos elevar a qualidade da produção científica e estimular o trabalho conjunto entre docentes e discentes, além de promover workshops e parcerias com colaboradores de outros países”, ressaltou. 

No caso da Pós-graduação em Biologia Computacional e Sistemas, alcançar o conceito 5 representa a concretização de um objetivo proposto no início de 2013. “Essa conquista é fruto de um trabalho coletivo expresso pelo crescimento do número de publicações produzidas entre docente e discente, pela participação em todos os eventos do IOC dirigidos à pós-graduação e pelo contínuo esforço para aumentar a internacionalização do Programa”, comentou o coordenador Ernesto Caffarena. Segundo ele, o crescimento traz para a Pós-graduação a responsabilidade de manter a qualidade da pesquisa realizada no IOC. “No que depender da equipe do Programa em Biologia Computacional e Sistemas, a manutenção da excelência está garantida”, enfatizou. Na opinião de Lucia Rodriguez de La Rocque, coordenadora da Pós em Ensino em Biociências e Saúde, um dos fatores que contribuiu para a conquista do conceito 6 foi o aumento na abrangência do Qualis, conjunto de procedimentos utilizados pela Capes para estratificação da qualidade da produção científica dos programas de pós-graduação. “A ampliação na classificação de periódicos e eventos pela Capes ajudou bastante, assim como a dedicação do Programa em torno da internacionalização e do crescimento contínuo da produção conjunta entre docente e discente”, ressaltou. “Outro ponto importante é o fato de sermos vistos como instrumento de inserção social, já que boa parte de nossos discentes atuam como professores em escolas públicas”, acrescentou.

Atividades extra-muros e parcerias acadêmicas
Caracterizadas pela Capes como iniciativas de solidariedade acadêmica, o IOC instituiu ações de Ensino em estados do Norte e Nordeste brasileiros e até na África. Por meio de parceria com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Acre (Ifac), serão titulados servidores do órgão, dentre professores, pesquisadores e profissionais do corpo técnico que não dispunham de curso de Doutorado no Estado. O Doutorado Interinstitucional (Dinter) em Medicina Tropical, promovido em colaboração com a Universidade Federal do Ceará (UFC), capacitou dez novos doutores em áreas relevantes para a saúde pública na região.

No Piauí, o IOC vem atuando fortemente para contribuir para a consolidação do escritório da Fiocruz no estado. Já foram formados 23 mestres, entre médicos, enfermeiros e professores, em temas como malária, leishmaniose, coqueluche, verminoses, doença de Chagas, entre outros. Recém-instituído, o Programa de Doutorado em Ciências – Cooperação IOC-ILMD, um consórcio entre os programas de Pós-graduação Stricto sensu do IOC e o Instituto de Pesquisa Leônidas e Maria Deane (Fiocruz-Manaus), entregará, dentro de alguns anos, novos doutores para a região. A iniciativa busca ampliar a oferta de formação de recursos humanos na área de ciências biomédicas e da saúde diante da latente carência deste tipo de capacitação no Norte do país. Concomitantemente às ações nacionais, o Programa de Cooperação Internacional de Pós-graduação em Ciências da Saúde, uma parceria entre a Fiocruz e o Instituto Nacional de Saúde de Moçambique (INS), da qual o IOC participa de forma ativa, soma a formação de mais de 40 mestres ao longo dos nove anos de parceria. 

 
Trabalhos produzidos por alunos do curso de mestrado em Medicina Tropical destacaram importantes questões em saúde pública do Piauí

Diálogo aprimorado
Para incrementar o diálogo entre os diversos atores envolvidos no Ensino, existe uma rotina de reuniões entre os coordenadores de programas de pós-graduação, na busca de promover maior sinergia entre as ações, aproveitar oportunidades e alcançar soluções integradas para problemas em comum. Outro mecanismo de diálogo é estabelecido pelos representantes de estudantes, que participam da rotina de discussões institucionais em defesa dos interesses e anseios dos alunos. “Os alunos passaram a atuar de forma mais ativa das discussões, propostas e planejamento das atividades. Houve uma ampliação do papel do estudante como agente no processo de construção dos programas de pós-graduação”, ressaltou Geovane Dias Lopes, representante discente do IOC.

Bastidores do Ensino
Ao pensar em Ensino, as salas de aula e laboratórios estão sempre em evidência. No entanto, tudo começa e termina em um setor responsável por garantir que tudo corra bem: a Secretaria Acadêmica, vinculada à Vice-diretoria de Ensino, Informação e Comunicação. Formada por profissionais empenhados em fornecer o suporte necessário para que as atividades dos Programas de Pós-graduação permaneçam ativas, é a partir dessa estrutura que alunos e docentes recebem orientação sobre legislação, procedimentos e sistemas acadêmicos, solicitam documentos, entre outras atribuições. Além disso, é este o setor que gerencia a grade de disciplinas, de defesas de teses e dissertações, zela pela estrutura e equipamentos básicos para o exercício das atividades didáticas, além de manter atualizados dados e arquivos dos sites dos Programas, como chamadas e resultados dos processos de seleção.

 
Elo entre alunos, professores e sociedade, a equipe da Secretaria Acadêmica trabalha diariamente em prol das atividades do Ensino

O Ensino em números
Ao longo de sua tradição em Ensino, com ações pioneiras que contaram com a participação do próprio Oswaldo Cruz, no início do século XX, o IOC tem alcançado índices impactantes e reafirmado, a cada ano, seu papel na formação de pesquisadores e recursos humanos para a Ciência e Saúde brasileiras. Juntos, os seis Programas de Pós-graduação Stricto sensu inseridos no contexto dessa avaliação da Capes já titularam mais de dois mil mestres e doutores. Ao longo do quadriênio 2013-2016, mais de 30 discentes e docentes tiveram seus projetos de pesquisa reconhecidos por renomadas instituições e eventos de âmbito nacional, como o Prêmio Capes-Interfarma de Inovação e Pesquisa, Prêmio Capes de Teses, Prêmio de Incentivo em Ciência e Tecnologia para o SUS e Prêmio Wladimir Lobato Paraense. Os seis de Programas de Pós-graduação Stricto sensu do IOC também foram contemplados em importantes editais da Faperj e Capes de fomento a atividades acadêmicas. O Ensino do Instituto disponibiliza aos seus discentes e docentes um complexo com 17 salas de aula, três laboratórios para aulas práticas, dois auditórios e duas salas de informática. Alunos e orientadores também têm acesso às Plataformas Tecnológicas da Unidade, que possuem equipamentos de alto desempenho, para uso em diversas abordagens científicas. 

Sobre a avaliação
Criada em 1976, a Avaliação dos Programas de Pós-graduação Stricto sensu realizada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), que era trienal e passou a ser quadrienal a partir deste processo, é o mais importante instrumento para o Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG) e para o fomento, tanto por parte das agências brasileiras, como de organismos internacionais. Na avaliação, os cursos recebem notas entre 1 e 7. Segundo os critérios adotados pela Capes, as notas 1 e 2 descredenciam os cursos; nota 3 significa desempenho regular, atendendo aos padrões mínimo de qualidade; notas 4 e 5 significam um desempenho entre bom e muito bom, sendo 5 a nota máxima para os cursos que oferecem apenas mestrado. Notas 6 e 7 indicam desempenho equivalente a padrões internacionais de excelência. [Clique aqui para acessar o resultado completo da avaliação]

Edição: Raquel Aguiar
Fotografia: Gutemberg Brito e Peter Illiciev

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