06/10/2022
Maíra Menezes
Realizada no Programa de Pós-graduação em Biologia Celular e Molecular do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), a tese da farmacêutica Priscila Silva Grijó Farani foi reconhecida no Prêmio Oswaldo Cruz de Teses 2022. A honraria é promovida pela Presidência da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por meio da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação. A premiação destaca pesquisas de elevado valor para o avanço do campo da saúde nas áreas temáticas de atuação da instituição.
A tese ‘Regulação de miRNAs em modelo experimental de doença de Chagas frente à terapia com benznidazol e pentoxifilina: relação com a cardiomiopatia chagásica crônica’ foi premiada na categoria ‘Ciências biológicas aplicadas e biomedicina’. O estudo foi orientado pelo pesquisador do Laboratório de Virologia Molecular, Otacílio Moreira, e pela chefe do Laboratório de Biologia das Interações, Joseli Lannes.
Ao todo, 11 pesquisas foram contempladas na sexta edição do Prêmio Oswaldo Cruz de Teses, sendo quatro trabalhos premiados e sete ganhadores de menção honrosa. Além da Pós em Biologia Celular e Molecular, o Programa de Biologia Parasitária do IOC foi reconhecido, com menção honrosa na categoria 'Medicina'. A cerimônia de entrega da honraria será realizada no dia 14 de outubro, no âmbito das atividades da semana de educação.
Saiba mais sobre a pesquisa:
O estudo de Priscila Farani investigou os mecanismos de ação de dois fármacos em modelo experimental da doença de Chagas: benznidazol, medicamento que age contra o parasito Trypanosoma cruzi, e pentoxifilina, remédio usado no tratamento de doenças vasculares, que tem efeito anti-inflamatório.
Realizada com camundongos, que são considerados modelo para o estudo da doença de Chagas, a pesquisa mostrou que a infecção pelo T. cruzi afeta diversos mecanismos moleculares, alterando a expressão de genes relacionados à resposta imune no coração. Também altera a expressão de microRNAs, moléculas que agem na regulação de vias de sinalização celular.
As análises mostraram que os fármacos são capazes de regular ou reverter a expressão de alguns genes alterados e modular a expressão de microRNAs.
O estudo contou ainda com experimentos in vitro, para analisar a ação das substâncias em células de músculo cardíaco infectadas pelo T. cruzi. Dessa forma, o trabalho apontou perspectivas para identificar biomarcadores, novos alvos terapêuticos e terapias complementares para portadores da doença de Chagas crônica.
*Edicção: Vinicius Ferreira